Ricardo Gondim
'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta
com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.
Fonte: karina Alves
5 comentários
Olá
Tudo bem?
Obrigada pela mensagem, sábia e verdadeira.
Tenho gosto de ler o que nos aprimora espiritualmente.
Nossos dias são difíceis, somente através de virtudes promissoras venceremos.
A palavra e o pensamento são alimentos da alma.
Vilma Yassuda
Posted on 21 de março de 2010 às 05:56
Ola Alexandre,
Obrigado pela sua visita...já estou te seguindo também...
Abraços
Olavo
Posted on 26 de março de 2010 às 07:37
Oi Olavo, tudo bem? Rubens alves como sempre, nos dando lições preciosas.
abraços
Posted on 28 de março de 2010 às 10:35
Ola, gostaria de dizer que o referido texto não é de autoria de Rubem Alves, mas sim do Ricardo Gondim. Sobre isso o próprio comenta:
"(...) o texto não é do Rubem Alves. Ele é meu! Eu o escrevi. Está em meu livro "Creio, mas Tenho Dúvidas", publicado pela Editora Ultimato, com registro no ISBN, consta na página 107.
Portanto, se alguém, inescrupulosamente, atribui o texto a Rubem Alves, está sendo desonesto comigo e com a minha produção intelectual. Inclusive, sugiro que você pergunte diretamente ao Rubem Alves, se é de sua lavra "O Tempo que Foge". Sendo ele um homem digno, honesto e verdadeiro, certamente, reconhecerá que o texto é meu.
Grato. Como você duvida da minha integridade, lamento, mas o mesmo texto tem sido atribuido a várias pessoas, inclusive a Mário de Andrade.
A única coisa que me resta é esperar que um dia a justiça prevaleça.
Sinceramente,
Ricardo Gondim
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=92&sg=0&form_search=&pg=1&id=2297
Posted on 11 de abril de 2010 às 05:18
Caro Ricardo,
Desculpe pelo erro cometido, recebi o texto e apenas publiquei, mas já corrigi o autor.
Abraços
Olavo
Posted on 13 de abril de 2010 às 08:12
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